sábado, 16 de setembro de 2017

Objetivo alcançado

Estava uma pessoa andando em um caminho, para chegar até uma determinada cidade que gostaria de conhecer, logo que começou a caminhada o dia estava com clima bom e agradável, porém ao chegar quase na metade do caminho o céu escureceu, e começou a ventar como se fosse cair uma chuva muito forte e quanto mais a pessoa caminhava, mais o céu escurecia, pensou até em voltar.
E disse a si mesmo.
-Parece que lá atrás eu estava mais seguro, mas não vou voltar já caminhei tanto que prefiro seguir  para atingir o meu objetivo.
 Andou mais um pouco e o céu continuava escuro,então pensou:
- Deveria ter ficado onde eu estava não conheceria a cidade que tanto desejo conhecer, mas não passaria por esta grande tempestade que esta vindo em minha direção.
Mesmo assim continuou andando, e começaram raios e trovões tão fortes que o assustava,deixando-o apavorado, parou olhou para os lados tentando achar abrigo,não encontrou lugar seguro.Já estava na metade do caminho, sabia que a distância de voltar ou seguir seria a mesma e se continuasse chegaria até a cidade, continuou,e os raios, os trovões e a ventania também continuavam e cada vez mais fortes, mesmo com toda essas adversidades a pessoa prosseguiu.
 Caminhou mais um tanto e pensou:
-Já cheguei até aqui, agora vou até a cidade, mesmo que esta tempestade me alcance no caminho.
E foi andando,quando chegou próximo ficou tão maravilhada que não se incomodou mais com os raios, os trovões,a ventania e a escuridão,e continuou no caminho olhando para frente e desejando estar lá .Quando chegou ,percebeu que as adversidades haviam passado, e não notou em qual momento que elas desapareceram, pois não estava mais com o pensamento nas adversidades e sim no objetivo e notou também que a grande tempestade que temia não apareceu, então muito feliz  entrou na grande e maravilhosa cidade.



Moral da história: Mesmo que por um momento olharmos para as adversidades, não podemos esquecer o objetivo da nossa caminhada, pois só assim alcançaremos a vitória.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O fio e a agulha.

Em uma caixa onde são guardados objetos de costura, uma agulha e um fio começaram a discutir, pois ambos se achavam muito importante em costuras.
Então a agulha disse para o fio:
-Como eu sou importante nas mãos das costureiras sem mim, elas não conseguem trabalhar.
O fio por sua vez disse:
-Você esta enganada! Eu sim sou muito importante, enquanto você só passa fazendo caminho eu vou firmando e juntando os lados dos tecidos e ainda os acompanho, para desfiles, bailes e festas de vários seguimentos.
A agulha continuou falando:
-Então mais um motivo para confirmar que sou melhor, você se limita em um só traje, já eu passo por muitos.
O fio argumentou:
-Eu sou útil, por muito tempo e você só no momento da costureira.
Enquanto discutiam a costureira se aproximou, pegou a agulha e o fio para fazer uma roupa.
Passou o fio pela agulha e começou a costura.
Então disse agulha para o fio:
-Veja como sou muito mais importante vou a sua frente, e tem que passar por onde já passei seguindo o espaço que eu abri para você.
O fio disse:
-Sim passo por onde você passou, porém firmando a costura, para ficar perfeito.
E continuaram a discutir até o final daquela parte da costura.
Porém ,quando a costureira terminou o último ponto, puxou o fio, percebeu que não havia feito o liame, também conhecido como nó, e automaticamente descosturou tudo o que tinha feito.
Então, tanto a agulha como o fio perceberam, que são importantes em costuras, mas existe algo que é mais importante do que eles, um simples nó, pois sem ele o serviço de ambos é em vão.
Moral da história:

Quando as pessoas se acham melhores que outras, perdem momentos preciosos para tentar provar isso, e esquecem que às vezes elas só chegaram onde estão por ajuda de alguém que é considerado pequeno, porém é o que faz toda a diferença na sustentação, pois a sua humilde contribuição influencia no resultado final.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Do esforço, sempre vem a recompensa.


Havia um homem que fazia pesquisas sobre muitos temas, e ficou muito famoso, pois suas pesquisas eram premiadas e até transformadas em documentários, filmes e livros, ele frequentava grandes eventos com empresários e pessoas famosas.
Um dia estava em um desses eventos e se aproximou dele um senhor de aparência simples o qual pediu para aquele famoso pesquisador um instante de atenção, pois queria falar sobre um projeto social que ele estava elaborando com apoio de pessoas famosas e ricas, como aquelas que estavam ali, e que o pesquisador agendasse um horário para recebê-lo.
Porém, o pesquisador com muita arrogância não quis ouvir e disse que era uma pessoa muito ocupada, mentiu dizendo que não tinha tempo disponível na agenda. Aquele senhor pediu desculpas por tê-lo incomodado, saiu. Depois deste evento, o pesquisador e aquele simples senhor se encontraram em diversos eventos, e o pesquisador ficou imaginando como aquela pessoa entrava naqueles eventos de pessoas ricas, e sempre que aquele senhor se aproximava ele saia de perto.
Passaram alguns anos após o primeiro evento que se encontraram, o pesquisador estava mais famoso, mais rico, pois suas pesquisas estavam cada vez mais completas e perfeitas.
O pesquisador ficou sabendo que havia uma cidade que por alguns anos ganhou o título de melhor para se viver, ficou curioso em saber seu diferencial e quis conhecer esta cidade tão premiada e fazer uma pesquisa sobre ela.
A cidade era pequena, mas havia vários bairros de diferentes classes sociais, e ele não queria ficar muito tempo na cidade, pois era cidade pequena, não conseguia se imaginar ficando muito tempo numa cidade assim, então para fazer a pesquisa, resolveu selecionar três bairros; um pequeno, um grande, chamado de bairro industrial e o último um bairro grande e nobre.
Iniciou a pesquisa na ordem da escolha.
O bairro pequeno.
Quando o pesquisador chegou ao bairro pela manhã, começaram a reparar as estruturas, as ruas eram pavimentadas com calçadas, muitas casas, não eram grandes, mas visivelmente confortáveis vários comércios, mais o que chamou sua atenção foi uma grande movimentação de pessoas nas ruas, pessoas adultas com uma ou mais crianças e vários adolescentes e todas aquelas pessoas estavam indo na mesma direção, então resolveu segui-las.
Ficou impressionado, ao descobrir que todas aquelas pessoas foram á uma escola enorme, considerando o tamanho do bairro, era uma escola modelo com aulas em tempo integral, ou seja, as crianças que estudavam aula curricular no período da manhã faziam cursos e lazer na própria escola à tarde, os que estudavam aulas curriculares no período da tarde faziam cursos e lazer de manhã e os pais estavam acompanhando seus filhos até o portão da escola.
O pesquisador quis conhecer a escola pelo lado interno e sua rotina, como ele era uma pessoa muito famosa foi logo reconhecido, pediu autorização à direção da escola para que pudesse visita-la.
Permitiram a sua entrada e a diretora o acompanhou na visita.
Ficaram surpresas na entrada as paredes eram pintadas como verdadeiras obras de arte, nos corredores, vários quadros e esculturas, algumas de artistas já conhecidos outros não, porém tudo feito com muito talento.
Ele perguntou:
- Essas obras estão à venda?
Ela disse:
-Vendemos, mas quando fazemos exposições! Que é uma das formas de arrecadarmos dinheiro, pois essa instituição não tem ajuda governamental, e nossos projetos são mantidos por empresários, artistas de vários seguimentos e pessoas solidárias através de doações.
E continuaram a visita, passaram por salas onde músicos, maestros, cantores, atores, artistas plásticos e muitos outros artistas todos famosos ensinavam as suas artes. Alguns alunos estavam fazendo inventos para participar das feiras com indústrias. E percebeu que havia alguns jovens trabalhando em mini oficinas de diversos ramos, então ele perguntou:
-A escola também é para jovens?
Ela disse:
-Não, aqueles são jovens que foram alunos desta escola desde pequenos e somos prestadores de serviços para algumas empresas, eles trabalham fazendo esta prestação de serviços.
Depois de passar por vários departamentos chegou à conclusão que aquela escola que fazia a diferença naquele bairro.
Maravilhado, foi para o bairro grande, o industrial.
Bairro grande industrial.

Ao chegar ao bairro grande percebeu que as ruas também eram bem estruturadas bem sinalizadas, com semáforos e que o bairro era misto com muitas casas, com vários prédios residenciais e comerciais, condomínios residenciais e comerciais e várias indústrias. Entre as indústrias havia uma metalúrgica muito grande com o maior número de funcionários, então resolveu conhecer a metalúrgica e os funcionários.
Explicou para a direção da empresa sobre sua pesquisa, por ser uma pessoa famosa sabiam que suas pesquisas eram sérias e permitiram sua entrada, acompanhado de uma secretária.
Logo na entrada da empresa, percebeu que havia uma preocupação da parte da empresa com seus colaboradores, pois todos usavam equipamentos de segurança, inclusive ele para entrar na empresa recebeu algumas orientações para segurança no interior da empresa e recebeu também alguns objetos que são obrigatórios até mesmo para visitantes.
Quando passou por alguns setores ficou impressionado com á sequencia de trabalho em cada máquina e percebeu que a equipe de trabalho era bem treinada e trabalhavam satisfeitos.
Perguntou para a secretária sobre os benefícios que a empresa oferecia e ficou surpreso em saber, pois eram vários.
Depois de passar por todos os setores, gostou de tudo que viu, já era horário de almoço, como a refeição era na própria empresa foi convidado para almoçar, aceitou e percebeu também que a alimentação oferecida era excelente.
Resolveu acompanhar mais um pouco a rotina dos funcionários.
Quando estava saindo perguntou:
-Quem são os proprietários da empresa?
A secretária respondeu:
-É um só proprietário e disse o nome.
Ele falou:
-Eu o conheço, já participamos de vários eventos juntos, certo dia me perguntou se eu poderia recebê-lo, pois queria me apresentar um projeto social que achava modelo, mas eu estava muito ocupado não pude atendê-lo. Não me disse que era proprietário dessa empresa.
Ela disse:
-Geralmente ele não diz, mas faz anos que ele abriu essa empresa mesmo assim é sempre muito homenageado pelos bons resultados de seus projetos.
Então o pesquisador agradeceu pela recepção e saiu, pois no dia seguinte pretendia conhecer o último bairro selecionado para pesquisa, o grande e nobre.
Descobriu que o hotel que estava hospedado ficava no bairro grande e nobre e que era o bairro do lado do qual ele estava então mesmo já começo de noite, resolveu ir andando para conhecer o último bairro da pesquisa.
As ruas eram bonitas, como as demais ruas visitadas nos outros bairros bem iluminadas dessa vez percebeu isso, pois já estava escurecendo. A diferença era nos grandes e altos prédios, tanto os residenciais como os comerciais, no shopping e nas grandes mansões.
Ao passar por uma dessas grandes casas, algo chamou sua atenção, músicas clássicas, parou então para ouvir, porém o ritmo das musicas mudava, algumas eram com cantores, outras somente o instrumental. Ficou parado ouvindo e imaginando o que seria tudo aquilo, de repente, apareceu um veículo de luxo, e alguém abriu o vidro e o saudou e chamou pelo nome, como o pesquisador era uma pessoa famosa muitas pessoas o conhecia, então ele ficou olhando por um momento tentando reconhecer, quando a pessoa desceu do veículo, ele o reconheceu, era o empresário que há tempos, queria lhe apresentar o um projeto, ele na época não quis saber do que se tratava.
O pesquisador falou sobre a pesquisa que estava fazendo, o empresário sempre muito humilde o convidou para entrar na residência, ele não quis, pois achou que era uma festa, e informou que estava a caminho do hotel onde estava hospedado, percebeu a música que tocava naquela residência parou para ouvir.
O empresário disse que não era festa comum, o convidou novamente para entrar e explicou com muita simplicidade que aquela casa era dele, porém era utilizada para apresentações de vários projetos.
O pesquisador resolveu entrar.
E foram andando ao encontro do som de uma música, ao se aproximar viu que era um salão, estilo auditório, de um teatro e havia pessoas na plateia entre elas pessoas famosas como artistas plásticos, escultores, atores, diretores de filmes, cantores, músicos, maestros e muitos outros profissionais, pois era dia de formatura de alguns alunos de vários tipos de artes.
Então o pesquisador perguntou qual seriam os projetos.
O empresário respondeu:
-Simples, de melhorias, pois nasci e resido nessa cidade, sei a necessidade do povo daqui estudei quando crianças nas escolas que havia aqui eram pequenas desconfortáveis e com professores despreparados, com vontade de se qualificar, porém eles não conseguiam, pois era tudo longe, então chegou o dia que se alguém quisesse estudar um pouco mais como eu, teria que ir embora da cidade.
-Então eu fui com muita tristeza e decidido que eu voltaria para esta cidade em boas condições financeira para mudar aquela situação, só não sabia ainda como, então estudei, me formei, juntei dinheiro, abri uma pequena empresa em outra cidade, trabalhei muito, prosperei e nunca me esqueci da minha cidade e do desejo de ajuda-la para que outras pessoas que nascessem aqui em outras gerações não precisassem sair daqui para estudar e prosperar, então comecei a planejar as melhorias fiz estudos e projetos, como a minha empresa começou a crescer bastante estava bem sucedido comecei a frequentar lugares luxuosos, fiz amizades com pessoas importantes e um dia conversando com um grupo desses amigos falei que em breve eu iria mudar a minha empresa para a cidade pequena que nasci, questionaram por qual motivo, falei do meu projeto já em seguida me apoiaram e se prontificaram a me ajudar, então comecei buscar mais apoio e consegui, o projeto ficou mais completo pois com a ajuda de amigos mudei a empresa para cá e não ficamos só em educação, arte e formação profissional,  embora fizemos uma escola modelo de tempo integral, também arrumamos as ruas e financiamos bem barato residências novas e modernas. Temos pessoas nos ajudando na saúde, em intercâmbios nacionais e internacionais, posso dizer que expandimos e vamos expandir ainda mais, pois depois que esses alunos se formarem também irão ajudar, já acontece isso as outras turmas que já se formaram.
Depois de conhecer toda a estrutura daquela enorme casa o empresário e o pesquisador, voltaram ao auditório onde estava acontecendo à formatura, muitos dos famosos os cumprimentaram e foram tão emocionantes os depoimentos e os discursos que o pesquisador achou tudo tão impressionante e estava imaginando como falar com aquele empresário, que queria fazer várias pesquisas e documentários de alunos, professores e de tudo tinha visto naquela cidade, pois com certeza ganharia muitos prêmios, e pensou:
            -Será que era este projeto que esse senhor queria me apresentar a anos? Eu deveria tê-lo ajudado com altos valores em dinheiro e certamente ele me permitiria fazer alguns documentários eu já poderia ter ganhado muitos outros prêmios e já teria o retorno do dinheiro investido.
Decidiu que iria fazer uma oferta em dinheiro para o empresário naquele dia assim que terminasse a formatura. Porém não percebeu as horas passarem e já estava muito tarde o empresário sempre humilde e prestativo disse:
-Vou te levar até o hotel e te digo que ele também faz parte do projeto, pois antes não tinha hotel nesta cidade.
No caminho o pesquisador, não se conteve e perguntou para o empresário:
-Há alguns anos o senhor queria me apresentar um projeto, era esse?
O empresário respondeu:
-Sim.
Ele pensou que havia achado o jeito de oferecer o dinheiro para o empresário em troca de ficar mais tempo por ali fazendo documentários então perguntou:
-Qual seria a contribuição que senhor queria de mim, seria financeira, pois sou um pesquisador, não tenho o que ensinar!
O empresário disse que não seria dinheiro, pois a maioria ajuda com seus dons e conhecimentos.
O pesquisador começou a se sentir à vontade ao lado empresário, pois sempre achou que o empresário fosse uma pessoa pobre, e agora percebeu que não e perguntou:
-Qual seria a minha contribuição junto aos alunos?
            E chegaram ao hotel, com o carro já parado o empresário respondeu;
-Nenhuma.
O pesquisador não entendeu nada e perguntou:
-Então o que o senhor queria quando quis me apresentar o projeto?
            O empresário disse:
-Na verdade sempre admirei o seu trabalho e como o projeto estava dando certo e por conhecer as pessoas que moram aqui, suas histórias e como haveria grandes mudanças em suas vidas, te procurei para lhe perguntar se você não queria fazer seus documentários e pesquisas, como você esta fazendo hoje, porém há anos, eu te apresentaria as pessoas a você, autorizaria sua presença na empresa, na escola integral, na escola de artes, enfim, em tudo que inclui o projeto, pois todas as empresas do projeto são minhas, e você decidiria qual história dessas pessoas você queria fazer o documentário, mas, sempre autorizado pela própria pessoa é claro! Mas você estava com a agenda completa de compromissos naquele ano.
O pesquisador não podia acreditar o que estava ouvindo, agradeceu pela carona e entrou no hotel.
No outro dia com muita tristeza procurou o empresário e resolveu contar a verdade e falou:
-Eu estava pensando enquanto assistia tudo lá na formatura, que eu iria lhe oferecer uma grande oferta em dinheiro para o senhor autorizar tudo o que falou agora, mas aprendi que aquele projeto e tudo estavam acontecendo ali, era mais valioso mais do qualquer valor em dinheiro, estava muito arrependido.
E falou também que eram mentira os compromissos da agenda que disse ter na época, pediu desculpas e falou que estava triste, pois estava pensando em fazer vários documentários naquela cidade, agora sabia que o empresário não permitiria a presença dele nas empresas e como o empresário era uma pessoa muito querida de todos ninguém iria autorizar a publicar nada.
Então o empresário disse:
-A minha proposta continua como antes, a não ser que você não queira?
O pesquisador sorriu e falou:
-Eu quero sim, mas o senhor vai me autorizar mesmo sabendo de tudo que acabei de falar?
-Sim, principalmente por você ter dito que aprendeu a ver as coisas pelo seu verdadeiro valor, pois tem coisas que realmente dinheiro não paga. Vou autorizar você fazer suas pesquisas quando você quiser.
O pesquisador saiu de lá muito feliz e pensou:

-Cheguei nessa cidade, querendo saber os motivos dela ter ganhado tantos prêmios, vou morar nela, então estou percebendo que morando aqui quem esta sendo o grande premiado sou eu.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O canteiro e as dez florzinhas 10/10.

Depois de passar por várias experiências aprendendo as funções de algumas florzinhas, ainda faltava para a florzinha número cinco, aprender a função da número dez.     
E quando chegou o dia do aprendizado, a florzinha número cinco foi mais cedo do que o horário combinado e começou a observar tudo no local da número dez, percebeu que era muito diferente dos demais lugares onde passou para fazer outros aprendizado, para ela aquele lugar era o pior de todos, era um barracão enorme, de cor clara com poucas janelas só em um dos lados. Na parede do lado oposto das janelas, havia vários desenhos de retângulos em relevo, de tamanho médio e um de tamanho grande no canto. E de frente para esta parede desenhada havia três mesas pequenas, uma ao lado da outra e todas com uma cadeira.
Então a florzinha número cinco pensou:
-É do jeito que eu imaginava mesmo a função da número dez é a pior, pois trabalhar o dia todo sentada nesse lugar fazendo praticamente nada e ainda de costas para as janelas, deve ser muito ruim, acho que o jardineiro não vem aqui, se vem é só de passagem . Não vejo nada de interessante aqui, mas como vou passar só um pequeno período de aprendizado, não quero me preocupar com isso, e se uma dessas mesinhas for para mim, vou falar no início quero colocar a minha mesa de frente para as janelas.
Como a florzinha número cinco chegou muito cedo, ainda iria demorar a chegar o horário combinado com a número dez.
Continuou a andar no barracão, e não viu nada além das três mesas, então resolveu se aproximar das mesinhas, não havia nada sobre elas, apenas uma com gaveta, que estava trancada com fechadura digital com código de segurança, achou estranha uma mesa tão simples com fechadura tão segura.
Então ficou ali aguardando, olhando para a porta principal na esperança que a florzinha número dez chegasse antes do horário já que ela estava adiantada, mas de repente o desenho do retângulo maior no canto da parede se abriu, pois na verdade era uma porta de uma sala que havia atrás da parede, e saiu de lá o jardineiro e se aproximou da florzinha número cinco, ela ficou muito curiosa em saber o que havia naquela sala, e antes que o jardineiro falasse qualquer coisa, ela perguntou:
-Posso entrar para conhecer a sala que esta atrás da parede?
O jardineiro disse:
-Agora não, depois que você aprender a função da número dez, você saberá o que consta na sala que esta atrás da parede, no momento você não esta preparada.
Então a florzinha número cinco quis iniciar rapidamente o aprendizado, mas ainda não estava no horário, então falou para o jardineiro:
­-Quero iniciar logo o aprendizado.
Ele disse:
-Aguarda mais um pouco, até a florzinha número dez chegar.
Ela disse:
-Tudo bem eu aguardo, porém já quero dizer que caso eu for utilizar uma dessas mesas quero a minha com a frente para as janelas.
O jardineiro falou:
-Uma dessas mesas será utilizada por você no aprendizado, porém a mesa não será trocada de lugar, é necessário que as mesas fiquem como estão e saiu pela porta principal.
A número cinco ficou aguardando e a cada minuto que passava ela ficava mais ansiosa.
Então a número dez entrou pela porta principal, sorridente e muito animada convidou a número cinco para se aproximar das mesas. E mesmo depois de ter falado com o jardineiro sobre colocar as mesas de frente para as janelas e a resposta dele ser não, a cinco perguntou para a número dez, se poderia trocar as mesas de lugar ou somente a dela poderia ficar de frente para a janela.
A florzinha número dez disse:
-Não, pois para o aprendizado é necessário que as mesas fiquem no lugar que estão.
Antes que a número dez falasse qual das mesas a número cinco iria utilizar, ela sentou na mesa que tinha gaveta, e a número dez de maneira muito respeitosa falou:
-Você deve sentar na mesa da outra ponta, pois a mesa do meio é a do jardineiro e essa com gaveta é a minha.
A florzinha número cinco ficou surpresa, pois achava que o jardineiro pouco passava pelo local, jamais imaginou que ele ocupasse uma mesa ali. Depois que a número cinco sentou no lugar reservado para ela, a número dez começou a informar lhe como era a sua função, e como a número cinco deveria proceder.
O aprendizado começou com a florzinha número dez utilizando senhas para abrir a gaveta da sua mesa, e quando a gaveta abriu para a surpresa da florzinha número cinco havia lá um controle remoto moderno.
A florzinha número dez pegou o controle e com um simples toque todos aqueles desenhos de retângulos da parede se abriram como tela de tv e cada uma das telas mostrava imagens em tempo real de vários lugares, eram jardins, bosques e parques, grandes ou pequenos onde estivesse  uma florzinha a tela mostrava.
Para a florzinha número cinco quase todos lugares eram desconhecidos com exceção de um o seu próprio canteiro que também era mostrado na tela.
Então a cinco perguntou:
-Que lugares são esses que estamos acessando?
A dez respondeu:
-Alguns são canteiros de jardins como o nosso e outros são canteiros naturais, que fico observando, pois quando alguma espécie é tirada de forma desordenada logo entro em contacto com os distribuidores de pólen que fazem a reposição.
A número cinco ficou imaginando, tanta segurança para ficar observando canteiros, achou o serviço fácil.
Então perguntou:
-É  esse o seu trabalho? Observar por telas os canteiros ?
A número dez respondeu:
-Esta é uma parte, durante o aprendizado você verá a rotina toda do meu trabalho.
Enquanto conversavam, a número cinco viu o jardineiro na telinha regando um dos canteiros e falou:
-Olha o nosso jardineiro esta regando aquele canteiro.
A número dez disse:
-Sim, é ele.
Passou alguns instantes o jardineiro apareceu na tela adubando outro canteiro, a número cinco falou de novo:
-Olha o nosso jardineiro, novamente na tela agora adubando outro canteiro.
Ficou revoltada e continuou falando:
-É por isso que ele se ausenta tanto, porque fica cuidando de jardins enormes dos outros.
E foi assim o dia todo, a número dez passando informações de florzinhas feridas para o jardineiro, e ele as socorrendo e a número cinco reclamando.
A número dez não falou nada, de repente algumas florzinhas começaram a fazer seus trabalhos em diversos canteiros tudo dentro do normal, quando algumas florzinhas caíam e a número dez  percebia  através da tela, informava ao jardineiro que com muita rapidez as levantavam, outras estavam secando, o jardineiro lhes dava água, e as que não se recuperavam ali, o jardineiro as pegava no colo e as levavam para recuperação em um lugar especializado para isso.
E a número cinco falou novamente:
-É por isso que ele fica tanto tempo ausente, pois fica cuidando de canteiros enormes dos outros e o nosso que é pequeno fica sem cuidados.
A número dez com muita calma disse:
-Esses canteiros enormes que você esta vendo são do jardineiro também, e te digo mais, aqueles canteiros foram plantados no mesmo dia que o nosso, porém neles todas as florzinhas são unidas e por isso cresceram e ficaram bonitas, enquanto o nosso canteiro por faltar o elo do meio, pouco desenvolvemos.
A número cinco falou:
-Se o elo que você diz sou eu, então como sempre falei a minha função é a mais complicada, pois o pouco que sai já não conseguimos nos desenvolver.
A número dez argumentou:
-Todas as funções das florzinhas são importantes para o bom crescimento do canteiro, mas enquanto você ficou aprendendo as funções das demais florzinhas o seu lugar ficou vazio.
A número cinco falou:
-É, mas quando as florzinhas dos outros canteiros caem ou estão cansadas, o jardineiro as leva no colo para passear em um lugar, certamente arejado e seguro, enquanto eu não posso se quer sair do meu local, só sai porque argumentei muito, enquanto o jardineiro passeia com outras florzinhas.
A número dez cansada das reclamações da número cinco falou:
-Vamos conhecer a sala secreta atrás da parede.
A número cinco ficou contente pela possibilidade em saber o que havia atrás da parede, se levantou da cadeira bem rápido e chegou ao desenho de retângulo grande em relevo que era uma porta.
A número dez digitou uma senha e aquela porta abriu, a cinco ficou muito surpresa, pois na sala estava o jardineiro com várias florzinhas, algumas murchando, outras faltando pétalas, outras com outras partes danificadas. Eram muitos os problemas das florzinhas, algumas estavam se recuperando bem outras não, todas chorando por não poder mais ajudar os seus canteiros, o jardineiro as consolavam e restaurava cada uma, e tudo quanto ele fazia elas agradeciam.
A cinco vendo tudo aquilo ficou muito assustada, começou a andar entre as florzinhas debilitadas e a número dez sempre do seu lado. Se aproximou da número cinco uma florzinha bem antiga que parecia já ter trabalhado muito e perguntou para a número cinco:
-Qual o seu problema para estar aqui, você parece tão saudável?
A cinco disse:
-Só estou aqui para aprender a função da número dez e conhecer esta sala.
A florzinha antiga disse:
-Então você faz parte desse canteiro aqui do lado. Que bom aprender mais uma função assim você pode ajudar melhor o seu canteiro, bonita esta sua atitude, quando vi você chegando com a número dez, pensei que estava vindo para ser voluntária no atendimento aos feridos.       
A número cinco constrangida falou:
-Não posso ser voluntária tenho uma função no canteiro ainda.
A florzinha antiga disse:
-Pois quando eu estava em fase produtiva sempre fiz o possível para fazer a produção da minha função e ainda sobrava tempo para ajudar aos feridos dessa sala como voluntária.
A número cinco ficou maravilhada em ver aquela florzinha tão antiga ajudando as demais, quis saber mais sobre ela, e perguntou:
-E o seu canteiro qual é?
Ela respondeu:
-O meu canteiro já foi replantado novamente, pois as minhas companheiras de canteiro todas já morreram e o jardineiro replantou o canteiro, ele até quis que eu ficasse lá no canteiro novo, e disse que eu poderia ficar na mesma função que eu exercia, que ele não plantaria uma nova semente no meu lugar, porém mesmo  eu gostando muita da minha função, achei melhor ficar aqui como voluntária e deixar outra florzinha desfrutar do privilégio de participar de um grupo de canteiro e exercer aquela função tão maravilhosa.
A número cinco pensou:
-Certamente ela exercia a função de número um.
E curiosa continuou perguntando sobre a vida da florzinha antiga.
-De qual canteiro a senhora era?
A florzinha antiga com um grande sorriso estampado no rosto respondeu:
-Esse mesmo aqui do lado, que hoje você participa.
A cinco fez mais uma pergunta:
-Qual a era a sua função?
A florzinha antiga respondeu:
-A melhor função do canteiro, a número cinco.
A florzinha número cinco muito surpresa disse:
-A função número cinco não é a melhor.
A antiga disse:
-É sim, pois eu ficava bem no meio que é um lugar maravilhoso, conseguia ver todas minhas companheiras tanto de um lado como do outro, quando uma desanimava, do meu local eu conseguia falar algo para animá-la, quando estavam cansadas conseguia ajudá-las, pois por estar no meio estava próximo de todas e nos dias de vento e chuva forte estava ali na minha função bem forte fazendo o elo de segurança, e quando alguma por algum motivo estava descontente com sua função e criticando, eu sempre consegui a mostrar que todas as funções eram importantes e era fácil, pois faz parte da função cinco, unir por ficar bem no centro, e é bem útil.
E perguntou para a florzinha cinco:
- Jovem e qual é a sua função no canteiro?
A cinco jovem respondeu:
-A função cinco.
A florzinha antiga ficou tão feliz e disse:
-Agora entendi porque você esta aprendendo outras funções, para melhor servir ao canteiro, e eu não tive essa ideia quando estava na fase produtiva, ainda bem que eu não fiquei no canteiro novo, você esta exercendo melhor a função do que eu no passado.
A cinco jovem olhou para a número dez e para o jardineiro que estavam próximo e com muita vergonha pediu para sair daquela sala, e quando saíram estava lá na frente da porta todas as florzinhas do canteiro, pois o jardineiro as convocou para uma reunião por ser o último dia de aprendizado da número cinco jovem, e todas sem exceção colocaram as funções a disposição da número cinco jovem caso ela quisesse trocar de função.
O jardineiro falou:
-Quando convoquei esta reunião todas falaram que se você escolher os cargos delas, estavam dispostas a trocar com você pela função cinco.
Ela muito emocionada agradeceu a todas e ao jardineiro, reconheceu que sua atitude prejudicou o crescimento do canteiro, pediu para a número dez abrir mais uma vez a porta da sala secreta, a dez abriu, então pediu para a número cinco antiga sair e a apresentou  para as que não a conhecia no canteiro, e falou para a cinco antiga tudo o  que havia feito de errado e falou para as outras como a cinco antiga agia no passado e falou para o jardineiro:
-Se eu voltasse para o canteiro seria na função cinco, porém se o senhor aceitar quero trocar com a cinco antiga ela fica no canteiro e eu fico de voluntária ajudando as que estão feridas.
Antes que alguém falasse alguma coisa a número cinco antiga falou para cinco jovem:
-Eu não aceito essa troca, pois o meu tempo de canteiro já passou e agora é sua vez de ocupar a função cinco atual e o que você tem que fazer no canteiro outra não faz, agora que você sabe como agir na função cinco, será melhor que eu, pois além de aprender outras funções aprendeu grandes lições.
E todos concordaram.
Então a número cinco antiga voltou para atender os feridos, e a cinco atual ficou no canteiro.
Antes de encerrar a reunião, todos se abraçaram e a cinco atual falou:

-Hoje eu percebo que a numeração é apenas para organizar funções, e reconheço que por estar preocupada na rotina das outras funções não fiz o que deveria fazer na minha função, e digo que agora vou me esforçar muito, não só por mim, mas por todo o canteiro, pois o tempo passa muito rápido e somos nós que escolhemos, se o elegemos como nosso amigo ou como nosso inimigo.

sábado, 13 de setembro de 2014

O canteiro e as dez florzinhas 9/10

Quando a florzinha número cinco se aproximou do lugar da número nove, demonstrava claramente que estava muito cansada de todo aquele aprendizado que estava fazendo,e pensou:
-Para que a nove não saiba que estou cansada, vou chegar com bastante ânimo e vou aprender da melhor maneira possível, para que todos imaginem que estou bem.
Mas não tinha noção como seria o trabalho na função da número nove,pois nunca se interessou pelas florzinhas de numeração maior do que a dela.Quando iniciou o processo de aprendizado começou a reparar nas florzinhas que iria passar pela função,então percebeu que a número nove andava de um lado para outro no canteiro.
A florzinha número nove a recebeu e logo percebeu que a cinco estava muito cansada e pensou:
-Deixarei a cinco descansar o período da manhã e no período da tarde a ensinarei a função.
Então a número nove disse para a número cinco:
-Sente-se e fique a vontade.
A cinco sentou e ficou aguardando a nove lhe ensinar a rotina da sua função, e passou uma hora, duas horas e amanhã já estava passando e nada, e esperava a nove iniciar seu trabalho para era acompanha-la e nada também, porém, percebeu que a número nove o tempo todo ficava olhando ao redor e de vez em quando usava até uma luneta para ver mais longe.
A número cinco pensou:
-Ela deve ter percebido que estou cansada e não quis me ensinar à função para dizer depois que eu não quis aprender a sua função.
E as horas foram passando e a florzinha número nove continuava a olhar ao redor.
E a florzinha cinco continuava pensando maldades:
-A número nove não quer me ensinar a sua função, pois o período da manhã esta quase terminando, e ela ainda não me falou nada da sua função e começou a ficar inquieta.
E a número nove olhava para a número cinco e pensava:
-Já esta quase terminando o período da manhã e a cinco não conseguiu descansar nada, estava visivelmente agitada, porém teria que passar a função no período da tarde, pois estavam muito desprotegidas.
A função da número nove era vigiar todo o canteiro, ela era treinada para vigiar e eliminar ervas daninhas e insetos predadores por terra e por ar.
A florzinha cinco continuava a pensar maldades, e quando viu que a número nove estava saindo então a seguiu e percebeu que a nove estava indo até o jardineiro pensou:
-A nove certamente vai falar para o jardineiro que eu não quis aprender a função dela, mas vou fazer assim, vou até o jardineiro também, e digo que quero falar com ele, e que a nove pode falar primeiro e quando ela entrar na sala para falar com ele entrarei escondida e ficarei ouvindo e quando ela começar a falar que eu não quis aprender a sua função,vou dizer que ela que não quis me ensinar a sua função e vou brigar com ela.
E aconteceu como a cinco havia planejado,quando a nove entrou na sala para falar com o jardineiro ela entrou escondida,e quando a nove começou a falar com o jardineiro, grande foi a sua surpresa, pois a nove falou para o jardineiro que estava muito preocupada com a cinco e pediu um dia de folga para ela se restabelecer, porque já havia a poupado por toda manhã e percebeu que ela não conseguiu descansar.     
Então a cinco ficou muito triste com sua atitude e já estava indo embora quando o jardineiro á viu, chamou e perguntou:
O que você quer falar comigo?
Ela disse:
-Nada de importante, sei que o senhor esta ocupado falando com a nove.
Ele disse:
-Pode falar a número nove cedeu à vez para que eu falasse com você.
Ela ficou mais triste ainda, e resolveu ir embora.
O jardineiro percebeu que ela estava muito diferente, pois não brigou e não argumentou nada.
Quando a cinco estava saindo pensou:
-Seria muito injusto eu simplesmente ir embora sabendo que a nove estava preocupada comigo, eu pensando tantas coisas ruins e planejando maldades contra ela.
Resolveu voltar e contar todo seu plano para o jardineiro e para a número nove e pediu perdão para eles,e falou para a nove:
-Caso você queira, estou disposta á aprender a sua função e não quero folgar o período da tarde.
Pois havia perdido tempo demais pensando e agindo errado.
A nove foi com ela para lhe ensinar a função.
Depois que aconteceu todas essas coisas o jardineiro vendo as duas florzinhas saindo juntas para o aprendizado da função nove, pensou:

-Hoje a florzinha número cinco aprendeu uma grande lição, pois só perceber que errou e não consertar o erro é uma grande falta de sabedoria, pois só ao conserta-lo que vem o aprendizado.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O canteiro e as dez florzinhas, 8/10

A florzinha número cinco foi aprender a função da número oito e ao chegar próximo do local percebeu que havia uma grande fila, ao se aproximar a primeira coisa que quis saber era  o motivo daquela fila.
Então a oito respondeu:
-É a fila dos interessados no pólen, que chegam bem cedo.
A cinco pensou:
-Como o jardineiro é rico, toda essa fila comprando pólen.
A florzinha número oito falou para a florzinha número cinco:
-Não tenho como atender a fila e te ensinar ao mesmo tempo, vamos fazer assim, vou atender a fila e você olha tudo com muita atenção e quando eu terminar te explico a rotina da minha função.    
A florzinha número cinco concordou.
Quando a número oito começou a atender a fila a número cinco percebeu que alguns levavam mais pólen outros menos, porém todas levavam.
Ela só prestou atenção no movimento.
Depois que acabou a fila a número cinco perguntou para a número oito:
-As outras florzinhas do canteiro sabem desse movimento devido o pólen?
A oito respondeu:
-Sim, em dias mais movimentados do que hoje o jardineiro até manda algumas delas para me ajudar.
A cinco pensou:
-É bom saber que o pólen é bem comercializado, pois vou fazer algumas solicitações para o jardineiro para melhoria do canteiro, pensando bem vou solicitar algumas coisas só para mim, já que as demais sabiam de tudo e não pedem nada.
E começou a anotar o que queria: um irrigador fixo nos dias quentes, uma forma de drenagem automática caso algum dia ocorra excesso de irrigação, uma cobertura móvel para dias de muito sol ou de muito frio.
Então a número oito chegou próximo a cinco para ensinar a rotina da função, a número cinco quase não ouvia o que a número oito falava, pensando em mais coisas para solicitar ao jardineiro.
 Percebeu que a número oito não havia falado o preço do pólen, como era feito o recebimento, não mencionou nada sobre dinheiro. Não gostou, pois achou que a número oito não confiava nela, porém não falou nada.
No outro dia a número cinco já trabalhando na distribuição, percebeu que ninguém pagou para ela, e foram assim todos os dias que ficou com a número oito para aprender a função.
No último dia de aprendizado a número cinco pensou:
-A florzinha número oito instruiu a todos que não pagassem para mim.
Decidiu reclamar com o jardineiro e já aproveitou para fazer as solicitações.
Chegou ao jardineiro e falou primeiro as solicitações: irrigação, drenagem e a cobertura. Depois reclamou da número oito, disse que achava que a número oito não confiava nela pois não havia deixado ninguém pagar para ela, não falou sobre o preço pago pelos polens e não mostrou onde guardava o recebimento.
O jardineiro com muita calma disse que não iria atender a seus pedidos porque ele já irriga, drena e cobre o canteiro inteiro o suficiente, mas mesmo assim se ela necessitasse de mais alguma coisa era só pegar no depósito geral e quanto ao valor do recebimento ela deveria ter perguntado para a número oito, pois com certeza ela diria que não há recebimento em dinheiro pois distribui os pólens de graça.
Ela não prestou atenção na resposta das solicitações, pois ficou muito surpresa na distribuição daquele tanto de pólen ser de graça, e disse:
-Não podemos distribuir pólens de graça,são tantos os que buscam,fazem filas enormes, já estaríamos ricos se vendêssemos desde o início, e poderíamos vender a partir de agora? 
O jardineiro respondeu:
-Não!
E explicou:
-Há muitos anos fazemos parte de uma linda e grande corrente de cooperação, nós distribuímos o pólen de graça e eles de graça também os levam para lugares onde esta desmatado e assim nascem várias plantinhas que na fase de pólen distribui de graça para que não fiquem extintas as nossas espécies e assim segue ano após ano.
A cinco disse:
É tudo parece muito bom, mas as outras florzinhas sabem disso?
Ele falou:
Sim, inclusive quando a fila de distribuição esta muito grande uma delas sempre vai ajudar na distribuição e todas já passaram pelo setor, só faltava você mesmo, porém elas não ficaram pensando em ganho, logo no inicio souberam que a distribuição era gratuita ficaram mais felizes ainda, e todas no final do dia de trabalho vieram falar comigo achando maravilhosa a atitude do canteiro e passaram a produzir mais pólen ainda, pois, sabem que quanto mais produzirem, mais distribuímos.
A florzinha número cinco disse:
-Se todas sabem da distribuição gratuita e ainda ficam felizes, não posso fazer nada, já que elas se contentam com tão pouco e nesse caso com nada.
E foi embora.
O jardineiro pensou:

-Um dia ela vai perceber que, quando fazemos algo para ajudar alguém doando alguma coisa mesmo que pequena ,podemos dizer que temos muito até para dividir, e poder ajudar alguém com o que temos isso não tem preço.

domingo, 4 de maio de 2014

O canteiro e as dez florzinhas, 7/10

Quando chegou o dia da florzinha número cinco aprender a função da número sete, ela foi até o local muito triste, porque continuava achando que as demais florzinhas eram mais privilegiadas, até mesmo a seis que era após ela tinha função melhor do que a dela, embora tenha  passado um grande susto quando aprendeu a função da número seis.  
Ela demonstrava claramente que não estava contente em aprender a função da número sete, porque muitas  vezes  via a número sete passar em vários horários do dia com uma enorme mochila, pensava que a número sete fazia entregas.           
                Logo que chegou a número sete informou:      
                -Nesta função é necessário agilidade e sabedoria.
                E pegou uma mochila e passou para a cinco e disse:
                -Vamos.
                A número cinco pensou:                                            
                -Vou fazer as entregas. Mas percebeu que a mochila estava vazia.
                Então perguntou:
                -Aonde vamos?
                A número sete respondeu:
                Trabalhar, pois já estamos nos atrasando e na minha função temos que sair do local de origem, e visitar todas as outras florzinhas com exceção de uma por ordem do jardineiro.
                A cinco surpresa, perguntou:
                -Como faremos as entregas, se mochila esta vazia?
                A sete disse:
                -Não vamos fazer entregas, e sim coletas.
                A cinco perguntou:
                -Fazer coleta do que?
                A sete respondeu:
                -De pólen. Vou te explicar a rotina da minha função, todos os dias passo em todas as florzinhas do canteiro para recolher pólen, pois todas entregam produção por hora. E a quantidade da produção a ser entregue é variada, dependendo da função é estipulado o quanto de pólen será entregue, então a cada hora passo e recolho a produção, faço isso por oito horas seguidas, coloco toda produção do dia juntas no mesmo recipiente e no final do dia faço a divisão em embalagens que constem o mesmo peso e o mesmo tamanho.
                A cinco ouviu tudo o que a sete disse. Então falou:
- Era bem como eu pensava mesmo, aqui no canteiro tem algumas flores que são mais privilegiadas.
                A sete disse:
                -Não é privilégio, sim fazer o que é justo, a que tem a função mais complicada, entrega menos pólen, e as que tem condições de entregar mais assim fazem. Eu por exemplo que pego a produção do canteiro inteiro, sou a que entrego menos produção.
                A cinco disse:
                -Você faz uma caminhada pelo canteiro, e por isso entrega menos, esse teu serviço é muito fácil e não tem esforço. Então eu tenho razão, sempre disse que a minha função era a mais difícil, fico bem no meio fazendo a junção, e acho justo que nunca me foi solicitado produção de pólen.
                A sete disse:
                -Eu sei que nunca lhe foi solicitado produção de pólen, afinal sou eu que recolho todos os dias desde o início. E quando disse que havia uma exceção era de você que eu me referia.
                E continuaram a recolher os polens, e quando terminaram de recolher a primeira hora da produção ainda não estavam cansadas, quando passou a segunda hora, a terceira, a quarta,a quinta na sexta hora a número cinco disse:
                -Chega por hoje, estou muito cansada.
                A sete disse:
                -Hoje esta menos cansativo, estamos carregando em duas, o que normalmente carrego sozinha e não podemos parar ainda faltam dois recolhimentos, pois são oito por dia e não posso deixar de recolher,pois se passar a noite sem recolher o sereno molha e estraga.
                A cinco disse:
                -Estou muito cansada, julguei sua função, percebi que ela é importante e cansativa.
                A sete se compadecendo da cinco disse:
                -Descansa um pouco até a hora da próxima produção.
                A sete na hora de pegar as produções que faltavam, preferiu deixar a cinco descansando, pois mostrava claramente que estava exausta a ponto de não perceber quando a sete fez os dois recolhimentos que faltavam.
                Quando a sete chegou da última produção do dia chamou a cinco para começar a embalar.
                A cinco perguntou:
                Podemos deixar para embalar amanhã?
                A sete disse:
                -Não.
                E explicou:
                -Não podemos deixar para amanhã, porque hoje ainda temos que passar a produção separada, pesada e embalada para o número oito, porque todos os dias bem cedo ela inicia o trabalho e sempre com a produção do dia anterior.
                A cinco pensou em perguntar o porquê, depois lembrou que a oito seria a próxima função que iria aprender, preferiu não perguntar nada sobre a rotina da número oito. E ainda faltava ela aprender o processo de separar, pesar e embalar.
                A sete então explicou o processo:
                -Pesamos todos os polens juntos dividimos em partes iguais e com o mesmo peso após isso embalamos.
                Questionando esta atitude a cinco perguntou:
                -Por que algumas florzinhas tem que produzir mais pólen do que outras se no fim é colocado tudo junto e embalado com o mesmo peso?
                E continuou falando:
                -Certamente as florzinhas não sabem disso, pois entregam os pólens tão satisfeitas, e não sabem que algumas produzem mais e outras menos.
                A sete cansada de ouvir reclamações o dia todo então falou:
                -As florzinhas sabem de tudo, que algumas produzem mais e outras menos e que você não produz nada.
                A cinco ficou muito surpresa, e perguntou:
                -Como sabem de tudo isso?
                A sete disse:
                -Quando o jardineiro percebeu que estávamos na fase de produzir pólen ele resolveu fazer uma reunião para nos informar a quantidade de produção de cada uma, e até perguntaram de você e da sua produção.
                Ele disse que não iria solicitar produção para você, e que depois se preciso ele falaria com você a parte.
                A florzinha número cinco, muito zangada foi até o jardineiro.
                Chegando lá já perguntou:
                -Por que houve uma reunião que eu não fui convidada? E por que achou que eu não seria capaz de entregar produção?
                Ele disse:
                -Eu sabia que um dia você questionaria esse assunto. Então vou responder suas perguntas. Fiz reunião sem convida-la, pois sabia que você não iria gostar de entregar produção, a quantidade da produção e também os horários a serem entregues. Resolvi deixar você sem entregar produção, por você ser do meio ficaria reclamando e desmotivaria as demais.
                Ela perguntou:
                -E o que acontece com a minha parte?
                Ele disse:
                -Dividi o que seria para você fazer em partes iguais com as outras e elas aceitaram, e fazem a sua parte.
                Ela ficou surpresa com a amizade e companheirismo das outras, e retornou para a função da número sete.
                Ao chegar a sete, percebeu que o trabalho do dia já havia encerrado, pois a sete dividiu,pesou e embalou todos os pólens.

                Então percebeu que  estavam fazendo o serviço por ela, e notou que às vezes o privilégio e  descanso de um é por sacrifício de outros.