A florzinha número cinco foi
aprender a função da número oito e ao chegar próximo do local percebeu que
havia uma grande fila, ao se aproximar a primeira coisa que quis saber era o motivo daquela fila.
Então a oito respondeu:
-É a fila dos interessados no
pólen, que chegam bem cedo.
A cinco pensou:
-Como o jardineiro é rico, toda
essa fila comprando pólen.
A florzinha número oito falou
para a florzinha número cinco:
-Não tenho como atender a fila e
te ensinar ao mesmo tempo, vamos fazer assim, vou atender a fila e você olha
tudo com muita atenção e quando eu terminar te explico a rotina da minha
função.
A florzinha número cinco
concordou.
Quando a número oito começou a
atender a fila a número cinco percebeu que alguns levavam mais pólen outros
menos, porém todas levavam.
Ela só prestou atenção no
movimento.
Depois que acabou a fila a número
cinco perguntou para a número oito:
-As outras florzinhas do canteiro
sabem desse movimento devido o pólen?
A oito respondeu:
-Sim, em dias mais movimentados
do que hoje o jardineiro até manda algumas delas para me ajudar.
A cinco pensou:
-É bom saber que o pólen é bem
comercializado, pois vou fazer algumas solicitações para o jardineiro para
melhoria do canteiro, pensando bem vou solicitar algumas coisas só para mim, já
que as demais sabiam de tudo e não pedem nada.
E começou a anotar o que queria:
um irrigador fixo nos dias quentes, uma forma de drenagem automática caso algum
dia ocorra excesso de irrigação, uma cobertura móvel para dias de muito sol ou
de muito frio.
Então a número oito chegou próximo
a cinco para ensinar a rotina da função, a número cinco quase não ouvia o que a
número oito falava, pensando em mais coisas para solicitar ao jardineiro.
Percebeu que a número oito não havia falado o
preço do pólen, como era feito o recebimento, não mencionou nada sobre
dinheiro. Não gostou, pois achou que a número oito não confiava nela, porém não
falou nada.
No outro dia a número cinco já
trabalhando na distribuição, percebeu que ninguém pagou para ela, e foram assim
todos os dias que ficou com a número oito para aprender a função.
No último dia de aprendizado a
número cinco pensou:
-A florzinha número oito instruiu
a todos que não pagassem para mim.
Decidiu reclamar com o jardineiro
e já aproveitou para fazer as solicitações.
Chegou ao jardineiro e falou
primeiro as solicitações: irrigação, drenagem e a cobertura. Depois reclamou da
número oito, disse que achava que a número oito não confiava nela pois não
havia deixado ninguém pagar para ela, não falou sobre o preço pago pelos polens
e não mostrou onde guardava o recebimento.
O jardineiro com muita calma
disse que não iria atender a seus pedidos porque ele já irriga, drena e cobre o
canteiro inteiro o suficiente, mas mesmo assim se ela necessitasse de mais
alguma coisa era só pegar no depósito geral e quanto ao valor do recebimento
ela deveria ter perguntado para a número oito, pois com certeza ela diria que
não há recebimento em dinheiro pois distribui os pólens de graça.
Ela não prestou atenção na
resposta das solicitações, pois ficou muito surpresa na distribuição daquele
tanto de pólen ser de graça, e disse:
-Não podemos distribuir pólens de
graça,são tantos os que buscam,fazem filas enormes, já estaríamos ricos se
vendêssemos desde o início, e poderíamos vender a partir de agora?
O jardineiro respondeu:
-Não!
E explicou:
-Há muitos anos fazemos parte de
uma linda e grande corrente de cooperação, nós distribuímos o pólen de graça e
eles de graça também os levam para lugares onde esta desmatado e assim nascem
várias plantinhas que na fase de pólen distribui de graça para que não fiquem
extintas as nossas espécies e assim segue ano após ano.
A cinco disse:
É tudo parece muito bom, mas as
outras florzinhas sabem disso?
Ele falou:
Sim, inclusive quando a fila de
distribuição esta muito grande uma delas sempre vai ajudar na distribuição e
todas já passaram pelo setor, só faltava você mesmo, porém elas não ficaram
pensando em ganho, logo no inicio souberam que a distribuição era gratuita
ficaram mais felizes ainda, e todas no final do dia de trabalho vieram falar
comigo achando maravilhosa a atitude do canteiro e passaram a produzir mais
pólen ainda, pois, sabem que quanto mais produzirem, mais distribuímos.
A florzinha número cinco disse:
-Se todas sabem da distribuição
gratuita e ainda ficam felizes, não posso fazer nada, já que elas se contentam
com tão pouco e nesse caso com nada.
E foi embora.
O jardineiro pensou:
-Um dia ela vai perceber que, quando
fazemos algo para ajudar alguém doando alguma coisa mesmo que pequena ,podemos
dizer que temos muito até para dividir, e poder ajudar alguém com o que temos
isso não tem preço.
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